À Revelia
Minhas reflexões, minhas análises e minhas opiniões. Enfim, minhas bobagens.
Entrecortando as planíciesUma brisa gélida envolve a escuridão
Sinto frio mas a alma está revolta
Como um mar de lava aprisionado
Pela crosta de um vulcão
Prestes a explodir
Minha deprimida placidez
Pode ser uma ilusão, ou nãoA erupção ocorrerá, ou não
Há tremores, rumores e muitas dores
A pressão é enorme
Vapores e magma
Um dia a mais perdido
Um sorriso a mais sonegado
Uma alegria que não surgiu
Uma noite a mais a me abraçar
Fechos os olhos e suspiro
Sou um enigma a mim mesmo
Extinto ou apenas aguardando
Traiçoeiramente o momento apropriado
Para em um fulgor final
Desaparecer para sempre e para todos
Em um infinito limitado
Me encontro prostado
Cercado por todos os lados
Pela mais pura liberdade
Escravo do meu livre-arbítrio
De todas os castigos
Este é o pior - Senhor de si
Ninguém para te suportar
Ninguém para te orientar
Vítima da minha própria soberba
Como um cometa, como um raio cósmicoAtravesso em instantes galáxias
Um núcleo recheado de pensamentosQue se desprendem de mim
E formam uma cauda espectral
Nela brilha o fulgor de uma alma atormentada
De tudo o que vivi o espaço foi testemunha
De relance crio nebulosas do meu rancor
Desenhos abstratos em uma tela cósmica
Chacras que formam uma aquarela viva
Voar, finalmente voar
Indo além dos meus horizontes
De todos os limites
O sol brilha em ângulos inimagináveis
E tal como um pêndulo eu oscilo entre as nuvens
Tento localizar a minha sombra nos penhascos
Vejo apenas olhos a acompanhar-me
Almas que vigiam o meu vôo em direção aos céus
Nada poderá me deter agora
Preciso ir até o fim até a cera derreter, até o sol consumir-me
É uma jornada sem volta, sem legado
Apenas rumo a um destino incerto
Sem alegrias, sem dores
Oh! Deixo-me ser levado pelos ventosE como uma estrela cadente desaparecer para sempre
Em um brilho intenso e fugaz