À Revelia

Minhas reflexões, minhas análises e minhas opiniões. Enfim, minhas bobagens.

sexta-feira, agosto 18, 2006


























DESIDERATUM


Mais um dia, mais uma dor
Vivo em um mundo doente
Em que nada é o que deveria ser

Reflito tudo isto em um quarto vazio
A água posta ao lado fenece
A alma posta de lado esvanece

O que foi-me reservado?
O que eu reservei-te?
O que devo receber e dar?

Há apenas uma lei, uma luz a ser seguida
Mas há tantos seguidores dispersos
E confesso também ser um

Não basta pensar e agir apenas
Há de jorrar do coração o amor
E o que eu entendo por amor?
Há um amor puro, imaculado, livre das nossas paixões? Sim!
Eu preciso dele, assim como tu, assim como eles
E sabemos onde o encontrar
Mas complicamos tudo
Colocamos uma montanha no caminho
E a precisamos removê-la uma vez mais

Eu quero libertar-me disto tudo
E ir de encontro a verdade
Eu quero mesmo?
Estarei disposto a pagar o preço?
Decidido a largar os meus vínculos doentios?

No som das ondas no mar, nos ventos das cordilheiras
Percebo o que querem anunciar, lembrar-me
Uma lágrima despenca nas profundezas da minha perdição
Uma criatura prestes a cair no abismo envolto em trevas
Espero por tua mão e sei que ela esteve sempre ao meu alcance
Por que não a vejo? Por que não a aceito?

Reflito tudo isto em um quarto vazio
A água posta ao lado estremece
A alma realimentada se fortalece